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O Oboé Barítono ou Oboé Baixopublicado em terça-feira, 16 de dezembro de 2014( Nenhum comentário: enviar um comentário! )
Vídeos ilustrativos com peças da música clássica no final do texto.
O oboé barítono ou oboé baixo, soa uma oitava abaixo do oboé normal, a música para este instrumento é escrita na clave de sol, porém soando uma oitava abaixo da nota escrita. Segundo Gunther Joppig (Oboe&Fagott -1982) o oboé baixo é originário do pommer baixo, instrumento de palheta dupla medieval. O termo taille era designado a todo tipo de instrumento que tocava outra voz que não fosse o soprano ou a melodia, desta forma taille du hautbois poderia se referir ao oboé contralto, tenor, ou mesmo oboé barítono ou baixo. O famoso conjunto onde Hotetterre tocava, Les Grand Ecurie du Roi, o baixo era representado pela charamela baixo ou pommer baixo, instrumento reto de grandes proporções e de difícil execução.
O diretor da Beethoven House em Bonn, Alemanha, professor Martin Staehelin, em seu artigo publicado no Jahrbuch des Bernischen Museums, foi o primeiro a descrever em detalhes o basset oboé ou musette bass, termos esses que eram enquadrados como taille, apenas no século XIX ficaram conhecidos como oboé barítono.
Devido a semelhança do seu timbre com a voz humana, o basset oboé ou musette bass era muito usado nas igrejas protestantes para o acompanhamento de peças corais, reforçando o baixo. Alguns modelos do século XVIII sobreviveram em alguns museus da França, o que demonstra que era largamente utilizado neste país. Na Inglaterra era mais conhecido como oboé baixo e não barítono.
O oboé barítono ou oboé baixo era conhecido na França no período barroco para o acompanhamento de peças corais.
Com a evolução do fagote, passou a ser menos utilizado. É afinado em dó, soando uma oitava abaixo do oboé normal, por isso a música para este instrumento é escrita na clave de sol. Na França alguns luthiers o fabricaram na mecânica da época. Triébert e Brod construíram um oboé barítono em corpo dobrado como o fagote, campana em pera como o corne inglês, antes Charles Bizey (1685-1752), luthier francês do período barroco havia construído um oboé barítono em corpo dobrado e Christoph Delusse (1758-1792) havia construído um oboé contrabaixo em corpo reto (hoje no Museu da Música em Paris), um grupo da Universidade de Basel na Suíça, construiu uma réplica deste instrumento para experimentos e execução de música barroca. Há relatos que este instrumento, em sua época, substituiu o fagote no Ópera de Paris por seis meses. Em 1889 François Lorée fabricou um oboé barítono em corpo reto e mecânica do Sistema Boehm e com ele ganhou medalha de prata na Exposição Universal de Paris naquele ano. Richard Wagner encomendou a Wilhelm Heckel um instrumento da família das palhetas duplas que tivesse o timbre do oboé porém com o volume sonoro das trompas alpinas e soasse uma oitava abaixo do oboé. O corne inglês não tinha volume sonoro suficiente para os anseios do compositor. Heckel que além de luthier de instrumentos de sopro de madeira, era também um excelente colecionador, começou a pesquisar como construiria um instrumento de tal proporção. Baseou-se num oboé baixo que já estava num museu da Suíça, chamado de Basse de Musette. Construiu uma réplica em seu atelier e a partir de então passou a trabalhar na construção de um oboé que soasse uma oitava abaixo do instrumento principal. Wagner todavia faleceu em 1883, o Heckelphone foi lançado em 1904, com a mecânica dos oboés alemães. Richard Strauss (1864-1949) o utilizou em Sinfonia Alpina e Elektra. Paul Hindemith (1895-1963), compôs um trio para Heckelphone, viola e piano em 1928. Gustave Holst (1874-1934) utilizou o oboé barítono na peça Os Planetas.
Há relatos que François Lorée, antes de sua morte em 1902, estava trabalhando num protótipo de um oboé contra-baixo com a mecânica do Sistema Conservatório, projeto que não seguiu adiante com Lucien Lorée, seu filho e sucessor. Já no século XXI, em 2010, a empresa Wolf da Alemanha (que fabrica oboés vienenses, fagotes e instrumentos históricos) lançou um novo oboé baixo que foi chamado de Lupophon, este oboé baixo consegue chegar até o fá grave.
Segue link do site da empresa: http://www.guntramwolf.de/englisch/o_modern.html Vídeos ilustrativos: J.S.Bach: Partita BWV1013, adaptado para oboé barítono solo (original para trombone baixo) Richard Strauss: Demonstrativo sobre o Heckelphone e solo de Heckelphone na Sinfonia Alpina. Richard Strauss: Demonstrativo do solo de oboé baixo (Heckelphone) na peça Salomé, tocada no Lupophone. Vídeos relacionados:Envie o seu comentário:Quer comentar no Facebook? Então clique aqui.Comente no Facebook: |